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Graças ao sistema atual, sociedades vivenciaram saltos históricos de inovação tecnológica, aumento da produtividade e surgimento de novas oportunidades econômicas. O capitalismo estimulou a criatividade individual, proporcionou acessos a uma variedade de bens e serviços que antes eram impensáveis. Entretanto, no cerne deste sistema, poucos concentram a maior riqueza e poder.

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Essa “classe dominante” formada por famílias e corporações, perpetua um ciclo de desigualdade através de controle político, midiático e educacional. Sua ganância não reside apenas em acumular riqueza, mas em moldar as estruturas sociais para garantir que essa acumulação se mantenha e se expanda indefinidamente.

Vivemos dentro de uma engrenagem complexa — uma estrutura invisível, porém real, que dita comportamentos, define padrões e impõe limites. Muitas vezes, sem perceber, nos tornamos cúmplices dessa máquina. Sustentamos, alimentamos e defendemos um sistema que, em essência, nos enfraquece. Um sistema que nos condiciona para a escassez, bloqueia nosso potencial e nos faz acreditar que as migalhas são tudo o que podemos alcançar.

Ser cúmplice não é, necessariamente, um ato consciente. Pelo contrário: a maior parte dessa cumplicidade é silenciosa, cotidiana, construída nas entrelinhas da rotina. É quando nos conformamos com a lógica do trabalho excessivo e da recompensa mínima. É quando aceitamos que nossos sonhos sejam substituídos por boletos, que nosso tempo seja drenado por tarefas que pouco têm a ver com nossos verdadeiros propósitos.

Esse sistema se mantém com a promessa de que o esforço será, um dia, recompensado. Mas a realidade de muitos mostra que, mesmo após uma vida de dedicação, a colheita continua sendo escassa. Enquanto isso, a abundância — que existe e é real — permanece nas mãos de poucos. E mais do que isso: é escondida, manipulada e usada como ferramenta de controle.

A estrutura de dominação é tão sofisticada que transforma os oprimidos em agentes da própria opressão. Inconscientemente, passamos a fiscalizar uns aos outros. A julgar comportamentos, a impor normas, a repetir discursos que não são nossos. Criticamos quem foge da norma, ridicularizamos quem tenta algo novo e rejeitamos tudo aquilo que ameaça o funcionamento desse sistema ao qual estamos presos.

Esse processo de indução é minuciosamente orquestrado por discursos presentes na mídia, nas redes sociais, na escola, na família e até nas conversas de bar. Tudo é moldado para nos convencer de que existe um “jeito certo” de viver — e esse jeito é, quase sempre, aquele que mantém a roda girando no mesmo sentido.

O resultado disso? Gerações inteiras moldadas para servir, consumir, obedecer. E o mais trágico: para vigiar e punir quem tenta escapar. O sistema não precisa mais de correntes visíveis. Ele se mantém através do medo da exclusão, da fome de pertencimento e da crença de que “não tem outro jeito”.

A primeira ruptura acontece quando começamos a enxergar o jogo. Quando percebemos que a obediência cega não é virtude. Que questionar não é rebeldia vazia, mas o início de uma reconstrução. Romper a cumplicidade exige coragem, exige consciência — e, acima de tudo, exige que paremos de aceitar as regras impostas como verdades absolutas. Continuaremos sendo peças úteis em uma engrenagem que nos desgasta. Cúmplices de um sistema que nos nega o que temos de mais precioso: a liberdade de ser, de pensar, de viver com plenitude.


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